No fórum franco-brasileiro realizado em Bourges de 22 a 27 de outubro de 2023, Ana Euler, Diretora de Negócios da EMBRAPA1, fez uma apresentação sobre a pesquisa agronômica brasileira na conferência « Produzir e consumir de forma diferente: que transições? » em 25 de outubro de 2023. Após sua apresentação, ela nos deu suas impressões sobre o fórum e o futuro dos intercâmbios franco-brasileiros.

No Brasil, a pesquisa agrícola e a educação estão intimamente ligadas.

No Brasil, a pesquisa agrícola avançou graças à investimentos em pesquisa e na interiorização da educação técnica no meio rural. Essas iniciativas são peças fundamentais para reduzir o distanciamento tecnológico entre o agronegócio e a agricultura familiar. A situação agrária no Brasil exige que a pesquisa trabalhe em estreita colaboração com o ensino agrícola. A EMBRAPA está particularmente interessada em fortalecer sua parceria com as escolas familiares e Institutos Federais através de capacitações, realização de pesquisas participativas, atuação em redes sociotécnicas. A educação no país foi particularmente enriquecida pela experiência de alternância e aprendizado, graças às contribuições do sistema francês (emparticular a Maison Familiale Rurale). No Brasil, a agricultura familiar e sua
agrobiodiversidade constitui um dos maiores patrimônios do país. Nesse contexto, a pesquisa com foco na inovação social e camponesa é uma demanda dos movimentos sociais, principalmente os relacionados a agroecologia.

O fórum franco-brasileiro: uma experiência rica e estimulante

“Durante o fórum, fiquei impressionado com o compromisso dos alunos e professores com o tema « ciência e sociedade » das transições e da agroecologia, e com a qualidade do debate cívico que está sendo desenvolvido na França. Esse diálogo precisa ser promovido da mesma forma no Brasil », explica Ana Euler. « O importante nestes espaços de diálogo e construção de conhecimento, é demonstrar para os alunos que além dos conhecimentos é necessário aprender a pensar e tomar decisões coletivas », diz ela. « Na França, a arte, a cultura e a filosofia estão ligadas à ciência, como pode ser visto nas muitas oficinas culturais e artísticas organizadas no fórum », acrescenta Ana Euler. O fórum oferece uma oportunidade de intercâmbio e aprendizado por meio da diversidade cultural de nossos dois países.

Agroecologia no Brasil: uma ciência e um movimento social para práticas agrícolas

No Brasil, a agroecologia é baseada em um movimento que surgiu da agricultura familiar e seus grupos organizados e se tornou uma ciência com técnicas aplicadas e
validadas. A agroecologia tem uma dimensão transdisciplinar e holística, com um espírito de  » bem viver » baseado em trocas e cujos princípios incluem a diversidade, a inclusão social, a conservação da natureza (água, solo, biodiversidade), a distribuição de riqueza, o empoderamento das mulheres e jovens, entre outros. Ela se baseia em princípios comuns nos dois países, embora com diferenças nas técnicas. Segundo Ana Euler, há diferenças entre os dois países: « Na França, a agricultura orgânica é mais citada pelos agricultores do que a própria agroecologia. No Brasil, porém, a agroecologia está diretamente associada à agricultura familiar e aos pequenos produtores ».

Perspectivas: desenvolvimento de vínculos mais estreitos entre o Brasil e a França. Para uma futura cooperação, seria interessante integrar ao programa as escolas
agrícolas familiares existentes no Brasil sob a influência da educação católica privada francesa. A educação no campo e para o desenvolvimento rural traz esse forte componente de intercâmbio de saberes e práticas, necessita de oportunidades e ambientes para criação de inovações tecnológicas e sociais, o treinamento especialmente de jovens envolvidos na agricultura brasileira. O objetivo é dar aos alunos uma visão mais ampla das diferentes agriculturas existentes no mundo, da fazenda até o prato, a transição dos sistemas alimentares e a mudança na dieta, nos padrões de sustentabilidade.

Ana Euler conclui com seguinte frase , O objetivo do programa BRAFRAGRI é criar vínculos entre pesquisadores franceses e brasileiros para encontrar soluções comuns aos dois países e estreitar os laços enviando estudantes ao campo para estágios de trabalho. As bolsas de mobilidade são úteis. Porque é no campo que você aprende mais, por meio da experiência. A dimensão humana é tão importante quanto a dimensão técnica. Entre os assuntos que nos interessam no Brasil está a inteligência artificial aplicada à agricultura, democratizando o acesso à tecnologia digital. Também há intercâmbios interessantes a serem desenvolvidos sobre o tema das políticas públicas de alimentos.

EMBRAPA : Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Instut Brésilien de la Recherche Agronomique)

Escrito por : Philippe Cousinié, facilitador e coordenador do coletivo Réso’them

publicado em 20 novembre 2023

Contatos: Fanny DE OLIVEIRA SANTOS, coordenadora da rede de educação agrícola do Brasil, fanny.de-oliveira-santos@educagri.fr
Gerardo Ruiz, Gerente do Projeto América(s), Escritório de Relações Européias e Cooperação Internacional – Direção Geral de Educação e Pesquisa, gerardo.ruiz@agriculture.gouv.fr

Louis, a été le porte-parole des jeunes de l’enseignement agricole pour construire l’avenir de l’agriculture et de l’alimentation en amont du G7-Hiroshima qui s’est tenu du 19 au 21 mai 2023.

Cette année de présidence japonaise du G7 est l’occasion de porter l’attention des jeunes générations sur les questions revêtant une dimension mondiale et de les encourager à passer à l’action.

A la suite de la sollicitation de la FAO pour représenter la France dans le cadre d’échanges préalables à la réunion des ministres de l’agriculture des pays du G7, la Direction générale de l’enseignement agricole a proposé Louis Moulin, élève de terminale générale au Lycée d’enseignement agricole Eugénie Joubert (ESCY) à Yssingeaux. En qualité d’ambassadeur de la jeune génération, Louis a témoigné de l’importance de la coopération internationale pour l’enseignement agricole français et de son ouverture sur le monde. Il a évoqué la question de la revalorisation du métier et du salaire des agriculteurs pour assurer le renouvellement des générations, l’importance de la lutte contre le gaspillage alimentaire et la nécessité d’une régulation des normes sur l’utilisation de pesticides ne mettant pas les producteurs français et européens en concurrence déloyales avec des pays moins exigeants sur les aspects environnementaux.

En réponse à l’invitation d’élèves japonais qui avaient préparé une première déclaration à présenter aux ministres au sujet de l’avenir de l’agriculture et de l’alimentation, les jeunes représentants des pays du G7 se sont réunis en visioconférence les 4 et 11 mars 2023.

Les jeunes ont évoqué le renforcement d’une coopération et une promotion d’une agriculture responsable dans le monde avec les pays en développement.

Louis a présenté le fait que l’Union Européenne exportait des pesticides interdits sur son sol pour leur dangerosité vers des pays à la réglementation plus souple. Selon lui, elle [l’Union Européenne] a donc des devoirs et une responsabilité.

Enfin, il a demandé aux représentants de la préparation au G7 s’ils pouvaient inscrire les mots « biodiversité » et « adaptation » dans le rapport remis aux ministres de l’agriculture, avec les pays en développement qui sont les moins responsables mais les plus à risque.

Louis qui souhaite poursuivre ses études en sciences politiques a profité de cette opportunité pour approfondir ses connaissances sur le G7.

Les échanges entre jeunes ont abouti à une déclaration dans lesquelles ils insistent sur le respect et la reconnaissance que devraient avoir les consommateurs et les Etats envers les producteurs qui les nourrissent (en redorant leur image, en améliorant leur revenus et leur accès à la terre et aux technologies adaptées) et ont souhaité que les gastronomies traditionnelles soient préservées. Ils soulèvent aussi l’importance de reconnecter toutes les générations avec la nature et les inciter à développer des comportements responsables et durables, dans tous les pays. Ils appellent à une nouvelle révolution verte, selon les principes de l’agro-écologie et de la solidarité entre les peuples. Selon eux, les pays du G7 doivent assumer leur responsabilité en terme de dégradation de la biodiversité et d’impact sur le changement climatique et collaborer avec les pays en développement pour trouver ensemble des solutions globales.

Le jeune français a particulièrement apprécié la qualité des contacts humains entre jeunes de différentes origines, engagés pour les mêmes défis mondiaux.

G7 Hiroshima Summit 2023 du vendredi 19 mai au dimanche 21 mai 2023

Defiaa, a wave of color over France The India network organizes the reception of Indian students and their internships in a dozen agricultural high schools in France. After a week of integration at the Lycée Agricole Français de Théza in Perpignan, they head off to partner establishments in the DEFIAA program – Developping French Indian Exchanges in Agroffod and Agronomy – and experience the French adventure.

Every year since 2015, the India network of agricultural education has welcomed around 20 Indian students from Pantnagar’s GBPUAT University to France for just over a month. This government agricultural university is one of the most renowned in India, located in the northern Indian state of Uttarakhand, at the foot of the Himalayas.

Some fifteen young Indian students hosted in March 2023, as part of the DEFIAA program, share their experiences on the Moveagri social network, which is specially dedicated to sharing the experiences of young people in agricultural education. What they all have in common – Indians, French nationals and any other young people who have completed a mobility program abroad – is to share the incredible moments they experienced during their internship or study stay.

They have all set up blogs to describe their impressions and experiences of the DEFIAA mobility program, too, in which they illustrate their stay with numerous photos of their cultural visits from Collioure to Normandy, via Paris and Lyon, as well as the periods they spent attending classes in the various establishments they were assigned to in different French regions.

Mansi talks about her stay at the Chartes – EPL de la Saussaye farm.

In la Saussaye , we learned a lot of things regarding food processing. We made French baguette , wheat flour, apple juice , biscuits , ice cream , sorbet and croissants. We experienced some new ways of working in laboratory that were slightly different from our country. Alongwith we attended microbiology practicals and some English classes. in English classes we got a chance to communicate with the French students and they prepared a lots of questions for us to know about India. This was really an interactive session for us as well as for them.

Annu also tells us what she experienced during her 35 days in France.
We took French language classes, and also got a taste of French dance and cuisine. The next day, we went to Collioure and Saint Cyprien for a real-life experience. It’s a town full of culinary art, art, wine, food, charming people, beautiful markets representing French culture and the sea offering a full range of pleasures. It’s an iconic postcard location. Farid and Charles) and we were lucky enough to visit two institutes (LEGTA les Sardières in Bourg en Bresse and Lycée agricole St Genis Laval in St Genis Laval)…

Goel Krati concludes his blog with a very philosophical message about what comes out of this confrontation with the unknown, inherent in every journey far from home.
I think it goes without saying that when you live away from home in another country, you quickly build your self-confidence and develop your cultural sensitivity. Eventually, you’ll stand out from the crowd, and that’s when your learning abroad will be an asset to your success in life. These are life skills that will help you to integrate easily into the global working environment and give you confidence when interacting with people from another culture or country. It can be intimidating at first, but it’s only a matter of time before you build up your confidence, but it’s definitely a holistic learning experience.

To understand the feeling of such an adventure, there’s nothing better than reading all the blogs they created during their stay and discovering the photos they deliver to us by surfing on the Moveagi platform. 15 young Indians submitted to the exercise and as many blogs were created to follow them step by step during more than a month in France, They criss-crossed the whole of France, going from farm to farm, visiting food-processing factories, discovering French culture and tasting local products.

Read all about the young Indians taking part in Defiaa 2023 on Moveagri.
This summer 2023, their French counterparts will share the same experience in India, as part of the same study and internship program.

Contacts: Chantal Desprats and Christophe Groell, India network coordinators, chantal.desprats@educagri.fr, christophe.groell@educagri.fr